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terça-feira, 1 de julho de 2014

Se essa rua fosse minha - a estante pública estava viva

revista encontrada no lixo, a poucos metros da estante demolida
A educação brasileira falhou em não ensinar a compartilhar e a entender o conceito de público.

Hoje fui fazer minhas caminhadas e levar livros e materiais na estante pública, que encontro pelo caminho. Ela é uma das últimas que havia restado em Porto Alegre.
Mas, hoje eu encontrei isso. Ela foi demolida e em seu lugar foi construída uma parada de metal.
A minha estante, a sua e nossa estante morreu. Mas isso doeu mais em mim. Pois sei que boa parte dos vizinhos nem abriu a janela para ver o que aconteceu. Muitos estavam mesmo era preocupados com o fato de aquela árvore ser uma ameaça para a sagrada família que habita o lar de cada um. A parada de ônibus estava a meses sem lixeira, e ninguém ligou para pedir uma. Estranho... será que eu moro em outro país? Na frente da sua casa não tem lixeira pública e você não faz nada?
Eu levava uma sacola e juntava o lixo jogado na estante e levava nas lixeiras particulares (que ficam nas calçadas - públicas)...
Para aqueles que acham que penso mais nos livros que na árvore: Sim, acertaram. Gostaria de lembrar que há milhares de velhas árvores na cidade. Pobres, caem ou são obrigadas a cair por causa de um vizinho chato, ou por causa dessas chuvas fortes. Eu sempre liguei para pedir a reposição dessas Senhoras Gertrudes e sempre me atenderam em todas as vezes. E entendo disso porque sou da área. Me formei em Biologia e Botânica é meu forte.
A estante morta é um sintoma. Que neste país, as pessoas querem apenas VER. Mas ver de uma forma idiota. Ver o que não interessa. Ver sem entender, ver sem interpretar. Sem fazer uma leitura das coisas. Leitura, não é somente ler livros. Mas para quê explicar algo que neste país nem é ensinado em muitas escolas?
Um país dominado pela Televisão, por poucas famílias que dominam toda a comunicação em rádio de TV.
Na Internet, as pessoas acessam sempre o mesmo recurso. Não lembram mais o que é navegar. Você fala de um site, de uma leitura e a pessoa pergunta se tem ali, na mesma rede de sempre. Internet já virou sinônimo de rede social. Igual a TV. #medo.
Toda a América Latina lê muito mais que o nosso país.
Minha cidade tem essa característica: vizinhos que jamais abrem as janelas, não falam uns com os outros, não compartilham nada. Essa pose de superioridade, é falsa e está escancarada, dá vontade de rir.
Mais tarde, na velhice, os que agora estão com o nariz empinado, viram poços de carência, pois não amadureceram para a amizade.
Eu fiz amizade com uma pessoa no supermercado, ela perguntou o que era minha sacola. Contei a história da estante. Dei parte dos livros para ela.
Como aquela rua não é minha, cada um tem o lugar que merece. Na frente da minha casa tem a árvore que eu pedi para ser plantada e cuido. Eu estou doando toda a minha biblioteca. Já comecei a doar parte do material que tenho em inglês para um projeto de inglês nas favelas. O material sobre direitos humanos já tem rumo, vai para o MJDH. Sempre faço doações regularmente pois recebo muitos materiais do exterior e daqui também por conta de ser professora.
E vou seguindo com a estante pública.
Da minha estante particular, para os outros.
Esta foto mostra bem o padrão portoalegrense. Conheci uma pessoa que leu livros na estante, que deixou material lá e adorou a ideia. Conheci projetos semelhantes, conheci gente diferente desse padrão.
A atitude mais subversiva consiste em ser idealista, eu acredito no panfletário, nesta minoria com poder de maioria. A estante foi derrubada, porque a maioria  não se interessou por ela, mas nas ruas, a arte urbana tem muito a dizer. O desinteresse é muitas vezes uma inabilidade em saber o que fazer. Muita gente descia do ônibus, via a estante e nem sabia o que era. Eu explicava, as pessoas ficavam meio envergonhadas. Falhou a educação, as pessoas tem medo do público. O espaço público, para elas, pertence ao prefeito. A culpa é da presidente, o prefeito vai pagar, etc... é por isso que as pessoas torcem para o time, mas no outro dia esquecem do país.
Ellen Augusta

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Projeto "Corrente do bem da leitura"

Consiste em dividir o material que temos com a sociedade. Passar adiante.
 A idéia é deixar livros pela cidade, com um carimbo para passar adiante... senão muita gente acha que o livro está perdido.
 A idéia surgiu quando comecei a receber muitos materiais interessantes, mas não tinha exatamente para onde mandá-los... Ia deixando em cafés, restaurantes, bibliotecas ou outros. Também já mandamos muitos livros para uma biblioteca do presídio agrícola do Espírito Santo.
 Alguns livros sobre meio ambiente mandei para bibliotecas de ongs ambientais, mas infelizmente alguns desses grupos são muito desorganizados e até hoje os tais livros não foram catalogados.
 Os materiais que tenho agora não falam de meio ambiente e Biologia. São materiais sobre direitos humanos e direitos animais. Alguns são mais "religiosos". Embora eu não tenha religião, repasso estes materiais por acreditar nas suas idéias de justiça, direitos humanos e animais.
 Alguns desses materiais
 Há um projeto chamado Estante Pública que esteve aqui perto de casa um tempo atrás nas paradas de ônibus. A idéia era deixarmos e levarmos livros que eram organizados nas laterais da parada, como se fosse uma estante. Eu deixei milhares de livros que já havia lido, como romances, livros de Biologia já meio desatualizados (mas que ainda servem para alguém), números da revista The Ecologist com matérias fantásticas, CDs e vídeos também.

 Alguns exemplos de livros distribuídos em restaurantes, cafés, etc. Materiais cedidos pela Mariléia do grupo Ramatiz.

 Este material vai ser enviado a escola de línguas.
São revistas da LAV ong italiana de direitos animais. Infantis e adultas. E também um plano de aulas para o professor.
tenho alguns materiais em francês, inglês e espanhol. Além de português, é claro.


Se achar legal, faça isso também!
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