terça-feira, 8 de março de 2016

Asas negras cores fortes

Perdi o medo de voar.
Na poesia sobre o mar, precisava morrer para encontrá-lo.
Essa morte para uma vida, um sufoco. Eu precisava de ar.
E ansiava por encontrar o mar.
Eu desejei tanto viajar, no fundo da alma só pensei nisso o tempo todo. Até que enfim, uma bela e amigável oportunidade surgiu.
E ver o mundo do alto novamente foi tão emocionante, pena que durou tão pouco tempo...
Quando cheguei à praia, o que aconteceu foi que eu vivi completamente o presente.
Algo que não andava fazendo, estava sempre distraída, longe daqui. Mas na praia não. Neste lugar, não havia tempo para fugir, eu estava sempre ali, focada em cada detalhe lindo da natureza.
Eu não tive tempo nem de pensar, pois diante da beleza o pensamento desaparece, tudo some, e existe apenas aquela paisagem perturbadora, a me chamar...
Incrível como aqui onde eu moro, existem tantas distrações, o celular principalmente, é como uma armadilha que carrego no bolso.
Mas lá meu tempo era apenas viver. Eu curti tanto cada passo que dei, mesmo que em determinados momentos algo antigo em mim voltava: o medo.
Medo de me perder, medo de esquecer essas memórias que carrego comigo, medo de não querer mais voltar.
E aqueles pensamentos mórbidos que me acompanham, sumiram simplesmente. O mar causa isso em mim: uma vontade de viver.
Diante do Oceano, daquela paisagem tão perfeita, eu senti como há muito tempo não sentia, uma vontade incrível de estar viva. E refleti, me perguntei, onde estavam aqueles pensamentos de morte, aquele meu dom para desejar tanto sumir da Terra quase que por encanto.
Esses pensamentos se calaram, entraram em férias, saíram das minhas férias... me deixaram em paz.
Para mim, pelo menos, é fácil amar a vida ao ver o mar e o céu em conjunto. Ao ver a Natureza exposta como uma ferida, para que se admire a vida que existe ali.
Eu presenciei um temporal magnífico, o mar ficando escuro, também a névoa branca que está sempre em meus sonhos...
 Não há nada mais lindo que o mar à noite, a névoa gelada cobrindo a areia, nossos passos sempre acompanhados por um fantasma amigo: um cão amigo que nos acompanhou enquanto nos perdemos.
 Quero voltar, tão logo puder. Meu desejo por viver só se renova aqui.
No último dia em que estava na Praia do Maço, um homem que estava por lá nos parou e disse:
"É possível levar consigo as emoções q se sentiu aqui."
Eu fiquei tão emocionada com essa frase que estou gravando ela aqui, e tentando reproduzir neste blog um pouco do que eu senti lá.

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