sexta-feira, 4 de julho de 2014

A filha camareira - o filho hóspede

Quem nunca viu essa combinação em uma casa ou na sua cidade, tem sorte ou venda nos olhos.
Visitar um amigo e ver que a mãe lhe servia café e passava margarina no pão. Na cozinha a irmã esfregava panelas. E fazia tudo o mais.
Esse era o modelo de educação. Em muitos lugares ainda segue sendo.
A eterna desunião feminina começa neste egoísmo maternal. Nessa euforia de amar o homem a qualquer preço.
Passa por uma adolescência distanciada do ensinamento das mães, das avós.
É a sua amiga conversando mais com seu marido. E não com você.
É o casamento distanciando as mulheres, mais que o trabalho, este que deveria uni-las em projetos, não em competição.
Ficam isoladas, considerando que mais vale um homem que a riqueza da partilha.
 - Focando na limpeza da casa - talvez a única coisa que aprenderam com as mães e avós. -
Se encontram uma mulher admirável, em vez de se aproximar, secam, invejam, se afastam.
Conheci mulheres que moraram juntas, por determinado tempo, para criar os filhos. Por isso elas são tão alegres e inteligentes. São mulheres expansivas. Aprenderam que a vida não é o combo machista que as mulheres compram logo depois da adolescência.
Um egoísmo sem tamanho é uma mãe dar atenção a um dos filhos, deixando outro trabalhando. O paparicado, por sua vez, nem sempre é beneficiado, sendo pois prejudicado até mesmo intelectualmente.
Quem se interessaria por um sujeito inábil para tarefas simples, que garantem a sobrevivência em qualquer lugar do mundo? Bem, a maior parte de nossa geração anterior foi feita de homens que no máximo aprendiam a fazer 'churrasco' ou 'carreteiro', demonstrando que tem gosto para tudo e que não se teve escolha em maior parte das vezes.
Hoje, apesar do modelo antigo andar por aí, conheço mães, homens e mulheres diferentes que resolveram seguir um modelo novo, talvez por terem sofrido essa agressão, querendo mudar o futuro, talvez por terem aprendido a amar melhor, ou pela vontade de quebrar essa corrente, pelo menos em algum ponto. Só faz bem para a alma pensar no outro.
Ellen Augusta
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