Uma vez me disseram que os domingos eram dias sofríveis para as pessoas, pois elas cultivavam a angústia da segunda feira. Aquele último dia de descanso antes de começar tudo outra vez, seja lá o que significa esse tudo, em termos de peso e importância em nossas vidas.
Muitas coisas acontecem exatamente no domingo. Neste último foi dia das mães, foi dia de terminar relacionamento, de trazer sacolas de coisas para a casa, de achar que o dia era triste por si só, já que simbolizam tantas perdas de uma vez.
Muitas coisas acontecem exatamente no domingo. Neste último foi dia das mães, foi dia de terminar relacionamento, de trazer sacolas de coisas para a casa, de achar que o dia era triste por si só, já que simbolizam tantas perdas de uma vez.
Acostuma-se com silêncio das ruas, poucas pessoas se atrevem a sair de casa. Moro em uma avenida muito movimentada, exceto pelo domingo, neste dia, ela é um deserto, ou quase isso. A janela é como a TV, onde é transmitido o silêncio da praça, a graça das árvores, as aves cultivando suas coisas, uma xícara de café no parapeito da janela, um vizinho na sacada da frente, tudo aqui é paz.
O amor à paz, ao silêncio e ao ficar em casa é o que tornam estes domingos mais acolhedores. E o trabalho, e o estudo, fazem dele apenas mais um dia. É mais um dia em que se arruma a casa, se faz café, se escreve, se escreve, e assim se passa, com a janela como TV.