Estou cursando a cadeira Estudos de José Saramago e uma das leituras que estou fazendo é o livro O ano da morte de Ricardo Reis, ainda estou nas primeiras cem páginas.
A história inicia com Ricardo Reis chegando a Portugal de navio, se instalando num hotel, voltando à cidade depois de 16 anos vivendo no Brasil.
A vida no hotel é contada pelo ponto de vista desse homem solitário que passeia pelas ruas de Lisboa, sempre num tom sombrio e soturno, a chuva que não dá trégua, as multidões, e tudo isso visto de um ponto de vista da solidão de um hóspede do hotel.
A história vai indo e no começo não é deixado claro que esse Ricardo Reis é o mesmo pseudônimo de Fernando Pessoa, mas o autor vai nos preparando para as múltiplas personalidades do personagem, que assim é como o poeta. E neste mesmo ano em que Ricardo Rei retorna à Portugal, ele recebe a notícia de que o poeta Fernando Pessoa morreu e vai ao cemitério ver o túmulo do poeta.
Essa parte, a descrição dos corredores do cemitério e a forma do personagem encontrar o poeta foi sublime. As reflexões sobre a morte e sobre o quanto é breve a vida e as palavras usadas no livro são simplesmente perfeitas, a cada instante renovando ainda mais a minha admiração pelo escritor.
É um livro sobre a perspectiva poética, sobre a vida dos escritores e pessoas sensíveis, e sobretudo, é um livro sobre a solidão de cada um.
O contexto histórico se passa aos idos de 1934, na ditadura de Salazar, o personagem fugindo do Brasil, onde acontecia a Intentona comunista em 1935.