Sonhei que minhas flores estavam vivas, prefiro
a eternidade das mortas
Elas que já tiveram um suspiro em minhas mãos
pertenceram ao vento, ao teu sorriso e um dia foram colhidas e destinadas a mim.
Acordam-me nos sonhos, brancas, roxas, sofrem em meu coração.
A concordância de serem frágeis, destinadas ao não ser.
À negação, ao féretro, ao perfume, à conquista efêmera de um momento.
Nunca soube ser nada além do corte.
A névoa de um balanço, as flores se movem no ar. Basta tua presença.
Sinto-me trêmula como as rosas.
Com a melancolia no olhar, ele as observa impassível, porque também é tão sensível
quanto uma flor.
Ellen Augusta