sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Livros que eu terminei de ler A biografia do Renato Russo

Já falei deste livro algumas vezes neste blog.
Nesta postagem apresento o livro de Renato Russo: http://desobedienciavegana.blogspot.com.br/2015/04/legiao-urbana-e-o-livro-de-renato-russo.html e neste link: http://desobedienciavegana.blogspot.com.br/2014/06/brasilia-de-ontem-copa-do-mundo-de-hoje.html falo sobre o contexto de Brasília e a Copa do Mundo.
materiais do seu acervo
Hoje por fim, o termino de ler. Foi triste a leitura, por isso demorei. Junto com ele estou lendo A Gaia Ciência e um livro sobre sedução. Mas este livro, foi doído a cada minuto, foi de partir o coração, foi a vida do meu ídolo de adolescência, o meu ídolo de sangue.

E por coincidência este mês é aniversário de morte dele, peguei o livro de vez e resolvi terminá-lo, pois havia parado de ler nos momentos difíceis de sua vida.
Quantas vezes havia uma lágrima nas coisas que eu escrevi. 
Eu aprendi muito com RR, desde palavras, tosco (uso para substituir 'burro' e não ofender os animais), Thanatus, como bandas, onde ia correndo escutar. Li livros só porque ele citava alguma coisa sobre, ou porque era o nome de suas músicas, como Andrea Doria. E, como no caso de Chespirito, o meu ídolo maior, fui aprendendo mais sobre o mundo, além do meu.
Uma letra falando de dois amigos que iriam lhe salvar de afundar num mundo triste da noite, bebedeiras e solidão
Ele era para mim, naquela época adolescente, o que era para todo fã de Legião, um irmão mais velho, um amigo. Eu era apaixonada, queria me casar com ele. Acho ele perfeito, lindo. Desde que comecei a gostar de homem, era aquele tipo de homem, usando barba numa época em que poucos usavam, de um jeito meigo e inteligente, sempre fora do padrão, mas paradoxalmente querendo ser aceito, isso só foi sendo revelado mais claramente na leitura deste livro, porém, sentia isso, pois eu era assim.
Coisas pessoais, diários de suas angústias, igualzinho aos meus... eu escrevia essas coisas tb.
Quando ele revelou ser homossexual eu fiquei triste. Como uma criança, não podia aceitar a ideia de que aquele homem, que eu queria me casar de tanto que o amava, não gostava de mulheres! Depois, aceitei. Desde cedo aprendi a tentar compreender a pessoa que eu amo do jeito que ela é. A partir daí, ficou igual, amei aquela pessoa da mesma forma, era o mesmo cara, inteligente, sensível, melhor que os outros homens.
Esse poema, eu fui ler em voz alta para ouvir meu Inglês, que não é essas coisas.... chorei um monte, de tão triste seu significado... 
Nunca fui uma fã idealizadora. Nunca idealizei homem. Sempre soube que todas as pessoas possuem defeitos e aqueles que mais amamos, os tem ainda mais. Mas sabia que ele era especial, sempre foi, foi mal compreendido e não é clichê dizer isso, mesmo que fosse, é pura verdade.
Um filme onde Renato Russo atuou, um cadáver de um afogado que apareceu na beira da praia e Renato com mais outro casal o encontram, e suas reações diante do esperado...
Nos trechos mais gritantes de sua biografia aparecem um Renato fragilizado, abandonado à solidão, e, entre pessoas que o ignoraram. Sei muito bem o que é isso.
Viver invisível, transparente, e, no caso dele, sendo de matéria tão profunda, tão significante.

Desprezei cada uma dessas pessoas, algumas bem famosas da música ou da cultura brasileira, porém, como saber o que se passa com o outro?

É melancólico, a ponto de eu deixar o livro tantas vezes, e não poder retornar, mas o fiz.
O mais importante no livro é que o autor fez uma pesquisa e tanto, musicalmente, historicamente, com muito respeito e sabedoria.

#Digam o que disserem
O mal do século é a solidão
Cada um de nós imerso em sua própria
arrogância

Esperando por um pouco de afeição#

É impressionante como um jovem pudesse ter tantas qualidades, ser tão profundo, e ao mesmo tempo ter tanta dor, tanta coisa a dizer, tanta vontade de ser amado.
É de se esperar que a humanidade, medíocre,lhe tenha negado tanta coisa, o mal do século, tenha lhe afetado, como afeta a mim e a tantas pessoas... a solidão na alma e nos ossos.


#Não, não, não, viver é uma dádiva fatal.
No fim das contas, ninguém sai vivo daqui.#

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