Na estação desconhecida
Não podia descrever
A quem me levava e não sabia
Palavra alguma me dizer
Profanações no silêncio, sua voz saia muda
O ambiente frívolo, uma curva de estrada
Me carregava, como um demônio.
Implorava por saber.
{Meu amor não estava lá, não poderia me dizer
Como eu faria para retornar
ao estado de lucidez.}
Presa desta forma, acorrentada
Ao telefone, a um toque destas mãos
Só confiava:
Em que meu corpo deixaria-me em paz
de que minha alma entregaria-me
à própria natureza, se eu pudesse livrar-me
Do inferno deste sonho.
{Senhoras ao meu redor sabiam, mas apenas me condenavam
Cercavam minha alma de não-sei}
O que sei: conheci a índole triste e doce de seu coração
Embora pareça, sei lá, embora seja, engano meu.
Meu desejo era de acordar, mas meus pés descem, descem...
O corpo flutua, só quer ficar.
Mas as lágrimas, negras lágrimas encantadas
Falsas, fantasias que acordam amanhã.
Ellen Augusta