segunda-feira, 25 de maio de 2015

José F.

Com seu sorriso mais grande
ele carregou a filha ao nascer.
La Ninã Blanca em seus braços levou
para todo o lugar.
Ele me carregou, mulher triste que sou.
O meu pai não sabia, da menina que trazia, em seus versos e braços brancos.
La niña preta, de alma sombria. Já via tudo, sabia demais.
Encantada com o mundo, sobreviveu com as árvores, cresceu de raízes, nos túmulos dos mortos.
Abraçada a si mesma.
Sem seus ancestrais, José num canto sozinho. Silêncio resignado.
Até  hoje, José, está mudo. Descansa em paz. Eu sei que o amei, do jeito que deu.
Perdão, meu pai.
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