segunda-feira, 19 de junho de 2017

Viva na vida - morta no Face

Eu tive dois perfis no Facebook, um deles, cheio de amigos... mais de 4000. O perfil mais novo, era fechado. Os dois morreram hoje.
Explico. Na minha vida, as coisas vão acontencendo, meio bagunçadas, vou deixando-as ali, elas se ajeitam, mas tem uma hora que chega! Preciso zerar a vida, começar de novo ou dar um tempo... Ou nada disso. Conforme...

O Facebook foi já motivo de brigas no meu primeiro casamento e foi alvo também no meu namoro... Claro, será mais fácil culpar a rede social do que as minhas atitudes, porém o Face não é de todo inocente. Nos últimos tempos andava me sentindo angustiada, pois além de trabalhar com redes sociais, ainda tinha que manter minhas redes quando saía do trabalho. Eu estava vivendo a virtualidade, estava reativa a tudo, ausente das minhas vontades profundas, apenas na superfície do sim ou não (curtir, compartilhar, reagir).
Dessa energia passo longe....

Depois que comprei meu smartphone, minha atenção caiu drasticamente. Meu nível de leitura baixou quase a zero. E olha que mesmo assim consegui ler alguns livros, apenas porque amo ler. Quando me mudei para minha casinha, decidi ler mais, oficialmente, devorar os livros. Deu certo. Porém, quando baixa a bad, a leitura passa longe... começo a divagar nas redes, só ver a vida perfeita das pessoas, as fotos bem batidas, as comidas maravilhosas, as briguinhas tolas que não levam a nada, a problematização tosca, que é quase uma característica desse tipo de rede.... isso encheu o saco. Não aguento mais! Para tudo é um piti....

A última foi gente problematizando os temperos da comida vegana. Sério meu, parece que essa galera não transa, não tem espírito alegre, descontraído. Não tem. Pois na rede, é impossível não reagir. É quase falta de educação.

O Facebook é um lugar onde você apenas fala. Não é necessário escutar, não precisa entender o outro, não precisa nem haver outro. É apenas aquela massa amorfa que aprova ou desaprova o que você posta. Não é necessário entender profundamente, as coisas passam por você. E nessa onda, as pessoas começam a achar que tudo é assim, e começam a tratar a si mesmas e aos outros como coisas, como postagens, como objetos que só valem durante certo instante.

Depois que comecei a fazer selfies, foi talvez a primeira vez que comecei a questionar negativamente meu rosto, a achar defeitos, a comparar com sei lá o quê.
Essa busca de aceitação não existe apenas por que existe a Internet. Ela existe, está latente. Mas isso não significa que eu tenho que alimentar essa nocividade. Não tenho que alimentar posts de pessoas que nem conheço, não tenho que provar nada para ninguém, eu agora, quero apenas ser eu.
Não sei direito, não sei mais o que sou. E isso, na verdade está sendo bom. Agora vou descobrir, a sério, e com confiança.

Agora, eu quero falar com as pessoas que realmente gostam de mim. Quero pegar o número e ligar, quero sair para passear, quando houver tempo, quero tê-las no meu Whats, mas sem grilo, apenas as pessoas que importam, e que se importam.
Agora, quando estiver com quem eu amo, estarei apenas com ele. Não me importa que as pessoas ao meu redor usem o celular, desde que não deixem de estar comigo, presente naquele momento.
Sei que talvez as visitas no meu blog irão diminuir, mas neste momento, nao importa mais a quantidade. Eu quero apenas ler com minha cabeça, ter minha própria opinião, pensar bem antes de 'reagir', eu quero viver!


PS. Tive muitas coisas boas por lá, outra hora conto... Duas das minhas melhores amigas conheci no Face, então nem tudo está perdido... e esse é apenas um texto... até a próxima...<3 p="">




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