Abrindo a esmo
qualquer livro do escritor que mais adoro, eis a agradável surpresa:
Todas as fotos feitas na Feira do Livro de Porto Alegre.
"Madrugadas intermináveis quando as estrelas pareciam coladas a uma
imensa geleira cor de prata e quando todos os relógios do mundo pareciam
andar para trás, como se precisassem dar mais tempo a dor, a dor tanto
daquele que estava "possuído pelo mal", como daqueles que o haviam levado ali para os braços de Dymphne. Muitas vezes o sofrimento dos "responsáveis" pelo doente é muito maior do que o próprio doente." Ezio Flavio Bazzo em Dymphne A Santa Protetora dos Loucos
"O trem mergulha na neblina sem alterar em nada sua suavidade e sua marcha, enquanto por debaixo dos assentos "emerge" um calor voluptuoso. Vamos em silêncio, ela e eu, em busca da tumba de van Gogh. Acabamos de saltar da cama, ela antes de mim, quase sonâmbula de tanto vinho e de tanto gozo. Desta vez foi ela quem tomou a iniciativa, enquanto eu fingia que dormia: brincou com meu pau, lambeu-o, apertou-o com uma certa violência e depois encostou-se nele com as pernas abertas, a buceta úmida e o introduziu em si bruscamente." Ezio Flavio Bazzo em Necrocídio
"Para aquele que sabe o que na realidade há de passar, as crianças
são inocentes condenados (não à morte, mas sim à vida) que ainda não
sabem o conteúdo de sua sentença." Ezio Flavio Bazzo no livro Mendigos
Párias ou Heróis da Cultura?
"A escrita como dependência. Basta um furacão inconsciênte derrubar os muros da repressão e eis-nos de caneta em punho, dissimulando sentimentos, aventuras, pesadelos, culpas, sonhos abomináveis ou, por que não, satânicos..." Ezio Flavio Bazzo em Lênin nos subterrâneos do CONIC
"Como admitir passivamente a idéia de que a garrafa de vinho de quatrocentos Francos será, duas horas depois, uma garrafa de mijo fumegante, sem sentir-se explorado, humilhado e transformado numa espécie de homo-alambiquis? Mas todo esse conflito, os homens e as mulheres se negam a expressar em público, silenciam a respeito e fazem de conta que não possuem cinco metros de intestinos. Quando muito, apenas as privadas o conhecem, porque é lá, dentro delas, que cada um expressa sua (indiferença), sua escatologia voluptuosa ou sua mais genuína viagem esquizofrênica."Ezio Flavio Bazzo em Toaletes e Guilhotinas - Uma epistemologia da merda e da vingança
"Tanto as fotos como os textos contidos neste trabalho podem ser usados por qualquer um e de maneira que bem entender. Aqueles que quiserem citar a fonte, que o façam ou por ética ou por reverência, jamais por medo da carriola de editores ou da Lei."
"Dedico este livro ao meu irmão Agenor morto ironicamente no último domingo de carnaval. A ele que foi o "herói" de minha infância e que preferiu viver seus últimos quarenta anos mergulhado nos abismos da embriaguez a fazer o jogo hipócrita e risível da cultura. Sim, a ele, que sem nunca ter lido nada de Vargas Vila foi sempre o mais soberbo e o mais magnanimo dos vargasvilianos." Apresentação e dedicatória do livro Assim Falou Vargas Vila, de Ezio Flavio Bazzo, Companhia das Tetas Publicadora.