terça-feira, 22 de julho de 2014

A amiga e o Hip Hop

Adoro música. Não entendo de música.
Vamos ao funk, rap, hip hop.
E ao break!
Eu via na Rua da Praia, final dos anos 80, uma galera dançar break com aqueles rádios grandes carregados no ombro, bem coisa anos 80. Eles faziam toda aquela coreografia.
Amo o funk antigo que vem dos Estados Unidos, que aqui praticamente ninguém conhece, como por exemplo, o Uptovn Funk Empire. O funk carioca também curto. Um pouco de humor que tal?
- A música negra, vítima de preconceito -
A classe média hoje está em cima do funk, ontem o alvo era o samba.
Sim meus amigos. Os pobres tinham que sambar escondido.
Hoje o samba é chique e todos acham fino sambar.
Me encantam todas as variações que começaram  no chorinho ou no partido alto. Também aceito um bom pagode.
A indústria cultural transforma, pega o que quer, corrompe e vende para o populacho (classe média também é povão viu meu bem?) que pensa 'ter bom gosto'. Tem quem se venda em qualquer lugar, mas no meio mais humilde há principalmente pessoas que caem nas armadilhas de gente muito esperta.
Pois neste sábado minha amiga me convidou para um lance de hip hop ali no centro.
O pessoal dançou break, houve apresentações e venda de CDs e artes.
Eu que passei tanto tempo sem ouvir Hip Hop, nas minhas fases Sem-Música... (é amigas, sou assim... meu defeito número um milhão e....).
O pessoal se aproximou para assistir o show de break e até o anjo colaborou com as moedas...
Encontrei crianças alegres, dançando...A moradora de rua foi tirando a roupa e ficou com a parte de cima de um biquini... sem pudor.
O centro é algo incrível. O centro é o centro.
Me sinto feliz ali. Sempre tem gente simples, diferente, de todos os tipos.
Se o anjo ajudou, por que eu não?
Uma vez ouvi no rádio as feministas defendendo as mulheres do funk. Elas responderam a uma psicóloga que acusou as funkeiras de provocar os homens com seus shortinhos enfiados nas bundas. (Sim, se a pessoa se forma em psicologia para fazer esse tipo de análise - eu prefiro escrever neste blog). Afirmaram que elas usam shortinho porque é a maneira da mulher pobre, da favela, expressar sua identidade sexual. A mulher de classe média e alta usa salto alto, que é um símbolo sexual, mas sai por aí falando mal da funkeira.  Por que a mulher de classe média pode usar um símbolo sexual e a outra mulher não pode usar shortinho? Até por que ninguém usa salto alto por que é confortável. Por que não podemos ser sensuais?
Mulher sem-cérebro é o que mais tem por aí, mas isso não significa que ter um cabeção te faz ter sabedoria.
A banalização do sexo/violência e a industrialização da música é outra conversa, mas o preconceito precisa ficar de lado. Não é dando uma de preconceituoso reaça que você vai acabar com a falta de educação. Há outros grupos culturais com os mesmos problemas, como o tradicionalismo gaúcho, com o machismo gritante, violência contra animais, sectarização, etc. De CTG e bailão ninguém fala nada.
Nosso dia foi super musical. Super dançante, afinal!
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