É interessante ler esse direito de resposta.
Lembrando sempre que eu, que não pertenço a nada, nem acho que o voto signifique algo neste sistema político manipulativo e sujo, não compactuo com jornalismo partidário.
Estar aqui e ali, percebendo tudo, notando e apontando as injustiças e não pertencer a esta corja, é mais do que um prazer, é um dom.
E, povão, páre de achar que rico merece grana (dinheiro público, seu), e pobre não tem direito, tá fazendo favor, não quer trabalhar, é ladrão, etc...Com essa mentalidade de pobre, você não vai a lugar nenhum.
O direito de resposta é justo, pois quem enche a boca para falar mal do bolsa-família não sabe das bolsas dos ricos e não sabe de História, da grande dívida que este país tem com o povo que o país explorou até não mais poder. É muito fácil falar quando você pensa estar no lado dos 'vencedores' e não tem empatia pelos demais.
Direito de resposta
Na última edição do Jornal Panorama Regional, do dia 31 de outubro de 2014, o colunista Célio Pezza faz uma série de afirmações infundadas sobre a eleição da presidente Dilma, que por uma questão de justiça precisam de esclarecimentos.
Primeiro, é preciso lembrar que as regiões Sul e Sudeste do país deram dois milhões de votos a mais à presidente Dilma Rousseff, do PT, do que as regiões Norte e Nordeste. No Sudeste e Sul, a petista conquistou 26,6 milhões de eleitores, o que equivale a 48,8% de todos os votos que ela teve no Brasil, vencendo inclusive no Rio de Janeiro e Minas Gerais, Estado que o candidato Aécio Neves, PSDB, governou por oito anos e usou como base para seu plano de governo nesta eleição presidencial. No Nordeste e no Norte, a presidente recebeu 24,5 milhões de votos; número que representa 45% de toda a votação. Até as crianças pobres aprendem a fazer contas no Nordeste, no calor do Sertão. Um incentivo é que o Bolsa Família exige que os beneficiados estejam frequentando a escola. Talvez por isso, Dilma tenha feito 71,5% dos votos na região.
Em segundo lugar, é preciso estudar a História do Brasil e entender por que algumas regiões do Brasil estão mais desenvolvidas e outras menos, e qual a importância dos programas de transferência de renda para corrigir ou minimizar os erros históricos, que se acumularam em quinhentos anos de colonização. Sou privilegiado porque meus bisavós, que vieram da Itália, foram assentados em um lote de vinte e cinco hectares, no interior de Veranópolis, no melhor modelo de reforma agrária promovido pelo Governo Imperial, em 1875. Pouco depois, em 1888, através da Lei Áurea, a libertação dos escravos não teve uma política pública de inclusão do povo recém liberto, e milhões de negros ficaram teoricamente libertos, mas sem terra, sem emprego, sem renda mínima. Tanto que alguns historiadores relatam muitos casos em que os ex-escravos voltaram para as fazendas, nas mesmas condições que viviam na senzala, em troca de um prato de comida.
Em terceiro lugar, nos Governos Lula e Dilma, foram criadas mais escolas técnicas federais e vagas em universidades federais que em toda a história do Brasil, em todo o território, tanto no RS, como no Nordeste brasileiro. A geração de emprego, tanto aqui, como no Nordeste, também foi recorde nos Governos Lula e Dilma. Tanto que os beneficiados do Bolsa Família têm preferência nas vagas dos cursos do Pronatec.
Temos uma Bolsa Família, e vinte e cinco tipos de Bolsa Empresário - vinte e cinco programas de incentivo às empresas brasileiras e agricultores, com descontos de impostos e juros subsidiados, pagos pelo Governo, via contribuinte. Na Inglaterra, são mais de trinta diferentes tipos de bolsas. Algumas são justas, outras controversas.
É preciso lembrar que quem cadastra os beneficiados no Bolsa Família, bem como tem a obrigação de fiscalizar a renda, periodicamente, são as Prefeituras. Denúncias sobre alguma irregularidade percebida em sua cidade podem ser feitas no site do MDS - http://mds.gov.br/bolsafamilia/fiscalizacao/denuncias
O Governo Federal recebe, através da Controladoria Geral da União - CGU, denúncias de corrupção de todas as esferas, que envolvam recursos federais. Depois, cabe ao Poder Judiciário julgar e condenar os culpados.
* Luciano Zanella, presidente do PT - Veranópolis