Que cada um cuide de sua vida e lute pela justiça. Isso diminuirá em muito o nível de preconceito em nossa sociedade.
Quando alguém disser que é ateu, não discuta. Não importa o porquê. Ninguém lhe questiona meia hora sobre por que motivo você escolheu sua religião e por que diabos escolheu esta e não naquela ideia, etc.
Por que será que você, classe média, escolhe certas religiões, mais bonitinhas e aceitáveis? Por que será que escolhe sempre as mesmas, deste continente, as da sua família e estirpe?
Se eu ficasse enchendo o saco sobre isso, você não iria gostar. Mas o contrário às vezes acontece com o ateu.
Não comigo, pois eu corto na primeira. E já vi muita gente fechar o carão e até não falar mais comigo.
Quando alguém um dia me disse que os animais possuiam sei lá o quê de religioso (da sua religião, por coincidência) e eu disse que não acreditava nisso, a pessoa ficou muito incomodada e perguntou se eu era atéia e eu disse que sim. Parece que ela não se contentou, mas ficou calada, por que eu cortei, em respeito: primeiro a mim, segundo, à outras pessoas que tinham outras crenças.
Passou o resto do dia falando mal dos outros para uma pessoa em particular. E eu pensei: eu que sou a ruim né?
Mas muito pior é quando a pessoa fica visivelmente incomodada e começa a falar sem parar, inquirindo de maneira desagradável.
Uma coisa é a conversa numa boa, quando todos nós buscamos compreender o Universo e nossa origem. E essas conversas eu tenho seguidamente com meu marido, outro ateu, incluindo aí nossas ponderações sobre quem é o Deus simbólico (que para mim é realmente perverso) e onde está nossa amiga Morte. Também as tenho com amigos, quando buscamos encontrar motivos para seguir vivendo, mesmo com tantas desilusões, quando temos que enfrentar nossos problemas, quando temos nossas alegrias.
Enfim, se for para conversar sobre este tema espinhoso, que seja numa boa, mas o silêncio e o respeito é melhor.