sábado, 13 de dezembro de 2014

O covarde que escolhe a mulher que vai estuprar, por merecimento

Escrevo este artigo em homenagem ao Dia dos Direitos Humanos, que a gentalha nem sabe o que significa.

O deputado mais reaça do país afirmou mais uma vez "Jamais iria estuprar você, porque você não merece".
Ele sabe muito bem que as palavras que usa, provoca frenesi na gentalha que o venera, especialmente em certas mulheres que, infelizmente - ouvi da boca de algumas - o idolatram e acham que é isso aí! E manipula a horda muito bem, a manada cumpre seu papel direitinho: é a única coisa que sabe fazer.
Esse deputado é um covarde pois usa a imunidade parlamentar para agredir. Um tipo de agressão verbal como essa, fere fisicamente, e também mentalmente. Eu me sentiria fisicamente agredida, se ouvisse isso seguidamente, e ligaria para a polícia, se um cara me dissesse tal coisa. É passível de Maria da Penha, mas nada poderá ser feito.
Um militar, ligado a moralismos religiosos, ofende e denigre toda a mulher, quando se torna um estuprador e violador potencial.
Um sujeito que afirma publicamente que espancaria o próprio filho se descobrisse tendências homossexuais, é no mínimo, doente. Mas ele não se limita a isso, se exalta facilmente, mostrando uma personalidade violenta, um caráter perturbado. Aqui no Brasil, seu prêmio é ser eleito. Outros políticos do mesmo naipe tiveram a mesma sorte.
Quem é mais "homem", quem é mais "macho"?
Um homem que se descobre travesti, veste-se e descobre-se feminina e anda na rua à noite ou indo à Parada Gay, enfrentando o perigo, e, principalmente encarando todo o preconceito social, que começa com a mudança de nome e o respeito ao seu gênero? Uma travesti que afirma seu gênero feminino e luta todos os dias por esse direito, conhecendo toda a canalhice social, que lhe nega até atendimento básico de saúde e que sofre preconceito até mesmo das feministas?
Ou toda a turba de homenzinhos enrustidos, preconceituosos que ficam às escuras com seus delírios idiotas contra tudo e contra todos, que morrem de medo da morte, que morrem de medo do outro, especialmente da outra. Que não suportam uma mulher com opinião, que lê livros, ou uma mulher atéia, que goste de sexo? Militares, religiosos, toda a classe de gente que adora humilhar e tentar curar os homossexuais, como se fossem eles os doentes. Serão eles os doentes? Serão eles os viciados em sexo, ou os devassos? Não sei e isso não deveria interessar a ninguém.
Num dia em que duas notícias sobre abusos sexuais em recintos religiosos (e não são somente os católicos, senhores ingênuos), num dia em que um pedófilo resolve escrever um livro sobre os abusos que sofreu a vida inteira para esfregar na cara das pessoas que a imundície não está na bunda de um só, quem ainda acredita em alguma instituição, deve estar louco. Num dia em que um político eleito várias vezes pelos adoradores de farda, recebendo salário pago por mim e por ti, diz palavras violentas contra uma mulher que fez diversas ações para salvar crianças contra a pedofilia e que é conhecida pelo brilhante trabalho na área dos Direitos Humanos, nas ações contra o abuso infantil, e outros trabalhos humanitários, esta mulher tem nome, chama-se Maria do Rosário, só me resta o desprezo pelo povo medíocre que escolhe um representante que espelha fielmente a mente de boa parte da ralé machista e de mulheres coniventes submissas. E, deputado, pobre das crianças. Eu não tenho filhos (e estou espantada). Mas, de toda a gentalha que votou em você, quando você disse que espancaria seu filho e estupraria uma mulher, por certo alguma dessas pessoas, deve ter uma criança em casa que poderá vir a ser um homem ou uma mulher, "merecedora" - tanto de apanhar, quanto de ser estuprada (O).
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