quinta-feira, 14 de julho de 2016

Sombras do dia

Onde clica pra aparecer a vontade?
De sair de casa, de comer, de me maquiar como eu gosto.
Com essa dor (hj é física) só quero ficar quieta.

Mas, terei que sair porque preciso: trabalhar, pagar contas, comprar comida, lembrar que tenho que dar satisfação à Vida, do porquê estou, ainda, aqui,
se é a morte a quem tanto desejo.

A casa escura, acordo no quarto, minha vida é este rio pesado, onde passa um trem por cima, estremecendo tudo, fazendo esse ruído assustador. E estou sempre com um fantasma ao lado, desta vez, ela sabia para onde íamos.

E mãos lindas, perfeitas, me impedem de ver, eu caio em outro sonho, e apesar de ser triste, é um alento perdido. É um nunca mais.

Acordo cedo, ainda é começo de noite e vou fazer um café. Volto correndo para as palavras, elas fixam o sonho, elas definem o que eu sinto, antes que tudo simplesmente vire ar. Meu coração não guarda mais nada, ele é vazio, como aquelas casas no domingo.
Ele é triste como o lugar onde eu morei.
Então elas me socorrem, guardam os significados mais sutis, só eu mesmo irei entender.

Há um sentimento, uma admiração, algo tão infantil quanto inútil, não posso fazer nada, ele nem sabe que eu existo. E se souber, não pode imaginar o que nem mesmo sei e é tão poético.

São as pessoas, são o mundo. Elas são todas iguais. Um mar de lama de coisas previsíveis. Eu, ingênua, ainda espero alguém que me surpreenda, ainda espero algo que se destaque, que brilhe quando passar por mim.

É a geração Face, é a geração fake, respostas rápidas, silêncios entre tantos contatos e decepções.
E a noite é linda, chove a todo instante, eu não sei pra onde vou. No fundo eu sempre procuro a mesma coisa, dar um fim a esta angústia, a esse nada que me invade às vezes.

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