segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

O brilho do Sol faz minhas sombras mais belas

Eu não suporto a luz do Sol, fere meus olhos e queima minha pele, e prefiro-a branca, cada vez mais branca, como se fosse possível que fosse mais. Mas não posso escolher os dias e muitas vezes não há outro remédio que não sair de casa. O trabalho me obriga, e também a vida lá fora me chama, pois a morte é uma tentação, e não pretendo-a todos os dias.
Gosto de fotografar o Sol, nessas imagens, ele já não fica tão lúcido, as sombras ficam mais evidentes. São recursos da câmera para disfarçar a luz e contê-la dentro da fotografia. Eu prefiro os efeitos que ele causa nas sombras.
Quando a luz se projeta sobre as águas, parece que até influenciam no aroma, no movimento, em tudo ao redor. Como qualquer ser que pode usar a visão é assim que conheço as coisas. Mas sem as sombras, a luz apenas seria uma agressão sem sentido, uma queimadura a me ferir.
 Uma das coisas mais lindas que já vi, foi o amanhecer na praia. O dia chegando, ainda sendo noite. O desespero do sol sobre a inconstância das ondas... Aquela névoa refrescante da manhã e eu ali, sem saber o que ver primeiro, o que sentir, o que esperar.
Ou então o contrário, a luz que a lua projeta sobre as ondas que vem chegando até a borda.
O olhar solitário da lua sobre o absoluto impenetrável do mar.
Essa sensação é completamente agradável, sem ela jamais poderia saber o que é terra ou o que é oceano, eu amava essa luz. Agora, já não a tenho ou, se terei, não sei. Nunca mais vi o mar.
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