terça-feira, 21 de outubro de 2014

As minhas rosas não são minhas

Dedico essa postagem à minha leitora número um, e que está de aniversário hoje! Por conta da vida e deste blog, nos tornamos amigas! Obrigada!
Reparem como, por trás de roseiras bem cuidadas, sempre tem senhoras rondando os jardins...
Esses dias cumprimentei uma delas. Seu jardim brilhava ao Sol!
Flores como enfeite - esse é um tema eterno.
As rosas do convento, as freiras cuidam delas, mas nunca as vi por ali. Acho que é um pensionato para senhoras. Só consigo ver as rosas.
As vezes também os senhores cuidam das flores. E não são raros. Meu pai plantava árvores. E não se contentava com as do seu quintal. Distribuía mudas pela cidade. E não só, ele plantava flores, tinha horta com minha mãe. Eu sei quais são as árvores do meu pai, por onde eu passo, nas cidades onde ele plantou. O pai já morreu, mas as suas plantas ficaram.
Uma amiga conta que seu pai também faz o mesmo.
Esses pais, plantadores de árvores...
Também há os cultivadores de flores, como o frentista do posto de gasolina que eu conheci esses dias. Ele tinha suas orquídeas como pequenas filhas enfeitadas. Me espantei, pois eu não tenho esse cuidado todo. Só tenho plantinhas na água, as que a minha mãe me deu.
Mãe. Mãe igual a rosas. Será que sou só eu que acho isso? A mãe plantava todas as flores. Plantava árvores, tinha horta com meu pai. A horta dela existe até hoje, depois que ela morreu. Está intacta. Quando eu era criança, havia uma flor amarela com fundo preto, que ela chamava de estrela da noite, ou algo assim. Tenho no meu catálogo botânico. Sou muito boa em Botânica, sou bióloga. Mas o que fica na memória não são os nomes. São os perfumes. E quando passo pelas ruas, às vezes sinto um perfume e lembro. Era uma das flores de minha mãe.
Eu digo que as minhas rosas não são minhas, pois são da cidade. São de outros pátios, eu não planto. Não tenho saco, nem espaço, nem vontade. Mas considero-me livre para desejar ver, fotografar, cheirar, tê-las em meu olhar e oferecê-las, seja fisicamente, a um amigo, ou amiga, ou mesmo através de uma simples foto.
Eu amo receber flores. Podem me mandar. Essas são hibiscos.
Nem tudo são rosas... Eu costumo dizer que 'não falo sobre flores' quando algum chato vem encher o saco sobre meu modo de escrever. Sinceramente, até hoje, só um ou dois malas tentaram vir com 'conselhos' como se fossem experts. Sequer devem ter me lido, ou me entendido.
Mas, óbvio que sempre estou falando sobre flores, para quem é bom entendedor!
Não parece uma rainha? Mas aqui existem os dois sexos.
Colocaram esta placa, para os mão-santa que tiram galhos das plantas. Mas, sinceramente, que mal tem pegar um galho de uma planta?
É muita 'neura de condomínio' e estou falando nisso no post anterior. Fazem uma reunião porque alguém sentou no banco, ou apertou o botão errado no elevador... Mas, para arrancar árvore, todo mundo tem bastante disposição. Não precisa reunião.
As flores estão aí, justamente para tal propósito: chamar a atenção dos polinizadores: a saber, todos os que viabilizam sua reprodução.
É por isso que a mão coça e vamos ao seu encontro, ou o nariz, ou o inseto, ou o mamífero outro, que não nós mesmos...
Não estou aqui para falar de termos técnicos, que os detalhes são mil.  Já vi esses botões caídos na grama, e, num segundo depois, abrirem-se como mágica! Isso são experiências da minha infância.
Esta arvoreta chama-se Primavera e é muito perfumada. As flores vão mudando de cor, conforme vão ficando mais velhas. As Primaveras, por vezes, abrigam larvas de insetos, que depois viram borboletas. Elas costumam ser perseguidas até a morte, pois ninguém se dá conta de que são borboletas em processo.
Tornarei meus olhos repletos de rosas... Eu compro de vez em quando uma rosa , e, depois de admirar bastante sua beleza, viva, deixo-a morrer e admiro sua beleza, morta. Sim, pois nada é mais bonito do que flores mortas.
E na minha vida gótica não poderia faltar uma roseira sangrando de vez em quando...



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