quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Chegou o Inventário de cretinices: ou o prazer de jogar pérolas aos porcos.

 Orgulho novo, chegou agorinha meu mais novo livro do Ezio Flavio Bazzo. Fã tiete, adoro este escritor.
Panfletário, no sentido libertário, como nós somos em nosso ativismo de guerrilha, ele é perfeito em cada palavra. E consegue dinamitar os pilares da civilização, como ele mesmo se propõe nos seus livros. Suas palavras são armas e com elas ele cria novas possibilidades de pensamento. Elas libertam desse padrão besta, desse bom senso torpe. E o livro está lindo não?

Maria Helena Sleutjes descreve este livro e este autor como ninguém: vamos às suas palavras. Também sou fã desta escritora! Depois que ela escreve, eu não preciso mais falar...

BAZZO, Ezio Flavio. Inventário de cretinices: ou o prazer de jogar pérolas aos porcos. Brasília: Siglaviva, 2014.
Pensando alto, o escritor Ezio Flavio Bazzo, escreve. Sem dúvida, o mais literário de todos os seus livros. Um livro de viagem onde a alma do escritor se torna a paisagem, os fatos, os episódios, as pessoas. E assim, observando a vida, vai realizando seu inventário de cretinices com aquilo que registra do comportamento humano. Esbanjando cultura, bom humor, e total descontração, e em sua linguagem habitual, nos diz: “ nunca tive notícias na história do mundo, de outro ser que implorasse tanto para seguir existindo, para trabalhar, para ser acorrentado a uma escravidão, a um amor, a um vício, a uma fé, a uma pátria, a uma bandeira, a um frontispício de bordel… que gastasse a vida ingenuamente tentando converter o supérfluo em necessário…”
Inventário de Cretinices é soberbo ( no sentido de estar além) a começar pelo texto das orelhas, com seu alto poder de crítica, onde Bazzo se coloca no lugar do leitor para questionar o que foi escrito e pergunta: “E se estiver certo?”
O livro fala dos anões… Fala sim. É permeado por fotos e referências aos anões, talvez uma homenagem a estes seres olhados como anômalos e severamente discriminados como o são as minorias indefesas. Mas fala com vontade de Marseille, esta região da França que escapa da França tendo o mar e o vento Mistral como aliados. Onde a língua francesa ganha um sotaque mais intenso e marcante, onde a história se acresce de anos de história. O livro fala também da China. Tudo pretexto. Prestem atenção. Anões, China, Marseille são pretextos, porque o livro inteiro transborda mesmo e se centra na perplexidade do autor com o mundo que criamos e a raça humana. E assim ele registra: “ a vida, este ensolarado cativeiro”… “ Como viver num planeta com gente que acredita em milagres?”… “ A dor pisoteia qualquer tipo de revolta, principalmente a infantil e a poética.” …” Condenados a pena de morte antes mesmo de nascerem, os homens passam seus setenta anos embromando”…” Cuidado com poetas e professores”.
Não dá para ler e não admirar esta coragem de dizer o que tantos fazem tudo para camuflar, e assim, ao final do livro só nos resta perguntar:
- E se estiver certo??
Maria Helena Sleutjes http://veusdemaya.com.br/
Para conseguir essa preciosidade entre em contato com a Editora Sigla Viva: siglaviva@siglaviva.com.br
Hoje comecei a ler este livro, que havia comprado a tempos atrás. Veio com dedicatória, coisa que para fã é ouro, e no dia do meu aniversário...
O livro Para Antes Que A Gente Vire Pó (breviário de errância)  fala de Caim. Mas um livro de Ezio Flavio Bazzo nunca é sobre um assunto só. Vamos lá.
"Daí o reconhecimento - mesmo tardio - de que Caim foi nosso primeiro herói iconoclasta, nosso primeiro homem de exceção, nosso titã e justiceiro pré-histórico, o mais macho dos homens e o primeiro sujeito a dizer audazmente um não, tanto a Deus como a toda imbecilidade e a toda neurose viciada e repetitiva que viria a atormentar a família nuclear pelos séculos afora."
E Bazzo no último livro que li, 'Mendigos: Párias ou Heróis da Cultura?' também apresenta Caim como o primeiro vegetariano e o primeiro a usar métodos substitutivos ao sacrifícios de animais. E Abel como "quem inaugurava os futuros malefícios dos grandes rebanhos, da reprodução planejada de animais para a carnificina dos açougues, para a comilança de carne e para a sangueira que é hoje o mundo”. E de como aquela mãe nutria um amor desigual e ainda por cima pelo filho mais perverso, caçador. Deus como sempre, vendo tudo e se divertindo, preferia a carne e desprezava os vegetais. Que tal?
Conheça mais aqui: http://eziobazzo.blogspot.com.br/
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