sexta-feira, 27 de junho de 2014

O frio a faz respirar

Estava com ela na claridade.
As vozes entram pela janela
Ela sozinha em meio à luz noturna, o frio luminar.
Eu saí do quarto a buscar o som, precisava das sombras, e jamais pude retornar.
As portas fechadas, abertas escuras, o interruptor alternava entre sim e não. Mas era sempre obscuro.
Os quartos escuros não me assustam, pois já estão dentro de mim.
O fantasma se ramificou em meu esqueleto, portanto.
Deixei suas mãos.
Lux.
Escuridão.
Eu buscando as sombras. O frio a faz respirar.
(Só ela soube porquê.)
A luz protegia os moribundos.
Mortem - Uma perna te enlaça. A que te pertence não teme.
Eu que te pertenço. Sou o medo em si.
Anda na casa vazia do tempo. Sólida e distante, melancólica e sombria. A amiga. A amada.

A esquecida estava no quarto escuro.

Acordei viva, deixei a-morta, deixei a-morte.
Nos sonhos perturbadora.
Companheira no vislumbre diurno.
Ellen Augusta
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