quinta-feira, 22 de maio de 2014

Conversa com a leitora feminista

É comum pensar que não há solidão. Ao ver as pessoas em suas máscaras e disfarces, característica da espécie e quiçá de outras, é normal pensar que tudo é assim. Mas, escrevo sempre sobre solidão, para mostrar que sim, ela existe, e não é ruim.
Sempre há um pouco de solidão na alma de qualquer um.
Sempre carreguei comigo um quarto de solidão que mantive fechado, aberto, conforme a luz, ou a escuridão, nem sempre nessa ordem.
A mulher tem esse medo de estar só, pois entende que a solidão é não ter companhia. Mas a solidão é algo bom. Ou pode ser algo ruim, depende de você. Há motivos históricos para nosso medo de estar só, motivos econômicos, psíquicos, biológicos. Por isso não aprendemos, não fomos preparadas para lidarmos com o fato de que podemos estar sós. Não nos ensinamos umas às outras. As mulheres podem ser solteiras, podem morar sozinhas, podem casar sim. Ou não.
Essa conversa incomoda, sobretudo quando parte de alguém que já está acompanhada. (Pois que fácil falar não?) Mas quando solteira eu já pensava assim.
Um lugar em mim sempre esteve preparado para a solidão. Na sociedade, a mulher solteirona é encarada diferentemente do homem solteirão. E eu sempre me revoltei contra isso.
E resolvi ser uma mulher 'casadona' diferente do padrão 'mulher casada'.
Ou seja, não quero ser a mulher machista que teme as outras, que não aceita mais nada, que não cultiva sua solidão e não compartilha sua sabedoria. Todas temos algo a compartilhar, nem que seja uma xícara de chá.
Escrever sobre isso também é delicado, pois existem mil detalhes que escapam, tudo bem, não sou especialista, ao contrário, e longe de mim. Detesto especialidades. Cada um sabe o quanto dói estar só e o quanto é silenciosa a solidão. Eu já a experimentei, ruim, sobretudo no que se refere à amizade.
Mas que tal abraçar a solidão, eventual para alguns, eterna para tantos, natural de todo humano, e torná-la algo positivo?
Escrevi, em homenagem a uma conversa sobre esse assunto, com uma leitora do meu blog. Conversamos justamente sobre esse tema, que vive aparecendo aqui, em imagens e palavras. Pois gosto de escrever neste muro, ou vidraça, coisas delicadas, que podem quebrar.
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