sábado, 2 de novembro de 2013

O vento desgarrado

A música abaixo é a história da minha vida, exceto pela carne gorda e as esporas, a menos que sejam simbólicas...

Meu pai era só trabalho. Passou o tempo, primeiro apanhando dos pais, depois da vida.
Minha mãe começou a trabalhar muito cedo, meu nono era alcoólatra, minha nona, outra santa.

Minha tia acende os palheiros na porta... eu ia brincar com meus primos... amo essa saudade.
Minha outra tia era como eu, a revolta em si mesma! Não teve filhos e eu me via nela. Meu tio um coração gigante. Outros morreram e viraram causos na frente do fogão a lenha.

Mataram a ovelha companheira de minha mãe. Ela ouviu o choro e nunca mais pode comer a carne.
Ficou o lugar, na minha mente o vejo num piscar de olhos, as mesmas montanhas, as serras, os córregos e cachoeiras... a fonte cristalina onde minha outra nona lavava roupa e tirava a água.

Essa é uma pequena homenagem de Finados, a muita gente que, desta história, já não vive mais, e principalmente à minha mãe e meu pai, que sofreram do primeiro ao último dia de sua estada neste inferno.
Ellen Augusta

é claro que eu sou o vento desgarrado...
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...