A maturidade trouxe comigo a vontade de viver de verdade minha juventude e minha infância.
Desobedecer é comigo! Não 'tenho' que ser adulta todo o tempo.
Hoje, indo a pé em direção ao centro de Porto Alegre, encontrei um mendigo caminhando calmamente entre os carros, rindo de todos eles.
A moça do Correio me disse: quando temos medo, aí é que as coisas ruins acontecem!
Quando cheguei ao centro, encontrei alguém vestido de Quico, com a bola e tudo! Depois vi um vendedor de cofrinhos para crianças, um dos cofres era do Chaves...Logo após estava a Minie e o Pica-pau na frente de uma loja de celular... No meio do mercadão estava nada mais que uma banda alemã tocando e muitas pessoas dançando!
Com exceção de um mal humorado que gritou "isso é desculpa para não trabalhar!", todos adoraram a banda, até mesmo um funcionário de uma banca de erva mate, que pegou o manequim fantasiado de gaúcho com chapéu de caipira e começou a dançar com ele, numa cena insólita que só onde existe povo e música poderia acontecer!
Se fala muito na infância, mas as crianças são esquecidas. Os pequeninos escontram um mundo falho em educá-los e amá-los.
Há muito romantismo quando as mulheres e políticos falam sobre crianças, mas elas continuam sendo espancadas, abusadas, esquecidas, geradas sem responsabilidade ou por egoísmo. Houve mudanças boas, a fome e a morte infantil praticamente zerou no Brasil. Nesse mesmo país, há um número imenso de crianças trabalhando.
O trabalho escravo e infantil na pecuária está em primeiro lugar aqui no Brasil. São dados da ONU, que são escamoteados.
Tenho muita pena das crianças pobres da América Latina e dos países pobres do terceiro mundo. Mas sei que crianças do mundo inteiro sofrem nesse momento de abusos que só esse inferno que é o mundo, pode normatizar.
Ellen Augusta
Chaves não tem brinquedos e tem fome, apesar disso tem uma infância feliz! |
A Lógica dos Devassos
Mendigos - Párias Ou Heróis da Cultura?
ambos de Ezio Flavio Bazzo