terça-feira, 22 de outubro de 2013

Pagando uma promessa

Fui pagar uma promessa
Não sei a quem pedi, nem o que pedi.

Minha promessa era levar até a igreja do centro
uma sacola de terços que eu tinha aqui em casa
para as duas pessoas que ficam lá na porta vendendo velas.
Quando cheguei ao local, vi que havia apenas uma mulher com uma criança no colo.
Eu fiquei sensibilizada ao ver que aquela mãe estava sentada na porta da igreja.
E lhe entreguei os saquinhos. Ela me agradeceu muito.
E quando viu os pequenos terços, olhou-os como se fossem brilhantes.
Sério, nunca esperei isso. Achava até que ela ia negar.
O que Jesus, que expulsou os vendedores de animais daquele templo, pensaria hoje, ao ver uma mãe na porta dessa igreja?
Ele, que disse ser nosso corpo um templo do espírito, com certeza se espantaria ao ver que essa religião se apropriou de suas palavras.
O sinal de que uma religião não funciona é ver que a pobreza viceja ao seu redor.
Dói ver que lá dentro se cultua uma mãe, e aqui fora outra espera que lhe comprem um pacote de velas.
Ellen Augusta
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