quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Alfonsina y el mar

Alfonsina foi outra descoberta das minhas pesquisas pelas mulheres oceânicas, como eu.

A poeta feminista e ligada à morte e ao mar.
Alfonsina Storni nasceu na Suíça, no Cantão Italiano, em 29 de maio de 1892.
Chamaram-na Alfonsina, que quer dizer 'disposta a tudo'.
Em 1896 imigrou com os seus pais para a província de San Juan na Argentina.
Aos 12 anos, Alfonsina escreve seu primeiro poema centrado na morte e o deixa sob a almofada de sua mãe que lhe repreende, dizendo que a vida é muito bela para aquilo.
Em 1901, vai para Rosario (Santa Fé), onde tem uma vida com muitas dificuldades financeiras. Trabalha para o sustento da família como costureira, operária, atriz suplente numa companhia de teatro e professora. Ela era considerada para a época em que viveu, uma feminista. Aos 20 anos tem seu único filho, Alejandro, seu companheiro inseparável. A esse respeito disse: Eu tenho um filho fruto do amor, do amor sem lei. O suicídio de um amigo Horacio Quiroga, em 1937, deixa-a profundamente abalada. Em 1938, três dias antes de se suicidar, envia de um hotel de Mar del Plata, para um jornal, o soneto Vou a Dormir.

Vou a dormir

Dentes de flores, cofia de sereno,
Mãos de ervas, tu ama-de-leite fina,
Deixa-me prontos os lençóis terrosos
E o edredom de musgos escardeados.
Vou dormir, ama-de-leite minha, deita-me.
Põe-me uma lâmpada a cabeceira;
Uma constelação; a que te agrade;
Todas são boas: a abaixa um pouquinho
Deixa-me sozinha: ouves romper os brotos...
Te embala um pé celeste desde acima
E um pássaro te traça uns compassos
Para que esqueças... obrigado.
Ah, um encargo:
Se ele chama novamente por telefone
Diz-lhe que não insista, que sai...

Seu corpo foi encontrado na praia La Perla, Mar del Plata, no dia 25 de outubro de 1938.

Música de  Violeta Parrá, cantada por Mercedes Sosa

Alfonsina y el mar

Por la blanda arena
Que lame el mar
Su pequeña huella
No vuelve más
Un sendero solo
De pena y silencio llegó
Hasta el agua profunda
Un sendero solo
De penas mudas llegó
Hasta la espuma.

Sabe Dios qué angustia
Te acompañó
Qué dolores viejos
Calló tu voz
Para recostarte
Arrullada en el canto
De las caracolas marinas
La canción que canta
En el fondo oscuro del mar
La caracola.

Te vas Alfonsina
Con tu soledad
¿Qué poemas nuevos
Fuíste a buscar?
Una voz antigüa
De viento y de sal
Te requiebra el alma
Y la está llevando
Y te vas hacia allá
Como en sueños
Dormida, Alfonsina
Vestida de mar.

Cinco sirenitas
Te llevarán
Por caminos de algas
Y de coral
Y fosforescentes
Caballos marinos harán
Una ronda a tu lado
Y los habitantes
Del agua van a jugar
Pronto a tu lado.

Bájame la lámpara
Un poco más
Déjame que duerma
Nodriza, en paz
Y si llama él
No le digas que estoy
Dile que Alfonsina no vuelve
Y si llama él
No le digas nunca que estoy
Di que me he ido.

Te vas Alfonsina
Con tu soledad
¿Qué poemas nuevos
Fueste a buscar?
Una voz antigua
De viento y de sal
Te requiebra el alma
Y la está llevando
Y te vas hacia allá
Como en sueños
Dormida, Alfonsina
Vestida de mar.


Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...