• Parabenizo Vila Flores pela realização do primeiro baile sem álcool do Estado. Já passou da hora de se enfrentar as convenções sociais que ditam - e ninguém pergunta o porquê - que toda celebração deve conter a ingestão de bebida alcoólica. Seja baile de debutantes, virada de ano, aniversário, inauguração ou festa religiosa, é obrigatório ter uma champanhe, vinho ou similar, e há até pressão para que todos bebam. Particularmente, tenho nojo de bebida alcoólica e de quem é movido por ela, e não foram poucas as vezes que houve constrangimento porque eu ia fazer a 'desfeita' de não tomar um golinho ou brindar junto.
• Tudo é uma questão cultural, incluindo-se aí as famosas 'tradições' que são repetidas automaticamente. Só que a cultura é viva, transforma-se, e não necessariamente existe para servirr interesses. Digo isso porque a expressão 'baile sem álcool' poderá incomodar quem tem ligação com a produção vinícola, por exemplo. E muitos outros, que não têm ligação alguma, mas vão ficar indignados mesmo assim. Mas há limites.
• Segundo a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego, um terço dos acidentes no trânsito envolvem o uso de bebidas alcoólicas. Se considerarmos os casos que resultaram em morte, os números são ainda mais alarmantes. Enquanto isso, o lobby das grandes empresas de bebida tenta pautar a agenda dos parlamentos e dos governos, e há muito deputado/sernador por aí visivelmente trabalhando em prol de interesses não populares, mas de uma meia dúzia de empresários já bem ricos mas ainda com apetite por dinheiro, dinheiro, dinheiro.
• Parabenizo também o Bráulio Mossi por sua coragem na própria auto-afirmação. Quanta gente aí fora gostaria de experimentar o mesmo, mas tem medo? As pessoas somente serão livres quando se libertarem dos cadeados internos - muitas vezes incutidos e reforçados pela mída, escola, igreja, etc - e perderem o temor da opinião alheia.
